- Detalhes
- Publicado em Quarta, 13 Junho 2012 23:43
- Escrito por Agências
Com os planos dos Estados Unidos de retirar suas tropas do Afeganistão até 2014, surge um dilema: para onde vão os poderosos aviões não-tripulados e teleguiados, usados para matar suspeitos de terrorismo? Para a região do Pacífico e, surpresa, à América do Sul.
Segundo a revista norte-americana Wired, o comandante da Força
Aérea dos EUA, o general Norton Schwartz, disse que os chamados drones
serão usados em missões "em comandos regionais não satisfatoriamente
atendidos".
A transferência das aeronaves para o Comando do Pacífico é
compreensível, diz o periódico, já que Washington admite que a Ásia é
uma região considerada estratégica no curto prazo.
Os aviões teriam várias funções: um deles foi utilizado no Japão para
ajudar a conter o desastre nuclear em Fukushima no ano passado e outro
terá a missão de espionar várias atividades na região simultaneamente,
aponta a revista.
Mas o uso dos aviões na América do Sul é questionado pelos
especialistas. O objetivo principal seria espionar traficantes de
drogas.
A outra função dos drones – matar suspeitos – suscita dúvidas. Em raras
exceções o Exército dos EUA usou um drone para este objetivo, sendo que
um deles foi no caso do traficante colombiano Pablo Escobar.
Analistas entrevistados pela Wired dizem que não há uma "lógica
estratégica" para os EUA adotarem o uso da força para interromper o
fluxo de drogas vindo da América Latina.
Para Micah Zenko, do Conselho das Relações Exteriores, os aviões
poderiam ser melhor aproveitados em operações de paz da Organização das
Nações Unidas (ONU).
Um exemplo, revela Zenko, seria no Sudão do Sul, um país com infraestrutura precária.
Impopular - O uso dos aviões teleguiados teria piorado
a imagem dos EUA no exterior. Segundo estudo do Centro de Pesquisa Pew,
mais da metade da população em 17 dos 21 países pesquisados desaprova o
uso de drones contra grupos extremistas em países como Paquistão, Iêmen
e Somália. Mas nos EUA a maioria (62%) aprova este tipo de ação.
"Existe uma percepção disseminada que os EUA agem unilateralmente e não
consideram o interesse dos outros países", dizem os autores.
Ataques teleguiados mataram vários líderes extremistas, talvez mais do
que qualquer outro método, incluindo mais de uma década de operações no
Afeganistão. Um ataque no Paquistão neste mês matou o suposto segundo
homem no comando da Al-Qaeda, Abu Yahya al-Libi.
fonte: http://www.dcomercio.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário